A Ponta do Leal, no Balneário do Estreito, na parte continental de Florianópolis, começou a ser habitada no fim da década de 60 por migrantes do município de São Francisco do Sul e Rio do Sul, que ali foram fundando uma comunidade constituída por casas de palafitas e pela pesca artesanal como principal atividade econômica. A ocupação ocorreu muito próxima do antigo atracadouro da TEXACO, que era um posto de combustível de navios. Até hoje, o longo píer do antigo atracadouro faz parte da paisagem do local que passou a ser morada das famílias de pescadores.
Com o tempo, a comunidade erguida sobre as águas ganhou a atenção das autoridades, pelo problema da poluição e pelas construções estarem sobre Área de Preservação Permanente (APP). Em 2001, o Ministério Público Federal exigiu que a Prefeitura, a CASAN e a FATMA encontrassem solução para estes problemas. Foi nesse contexto que o pescador João Geraldo Carvalho fundou a Associação de Pescadores Artesanais da Ponta do Leal, através da qual a comunidade conseguiu requerer metade do terreno da CASAN, que ficava ao lado da localidade, para a construção de novos prédios para as famílias, através do programa Minha Casa Minha Vida.
É nesse contexto que, hoje, a comunidade de pesca artesanal da Ponta do Leal segue atuando. O pescador Isaías compartilha qual é o sentimento de poder se manter no local, trabalhando na lida com o mar: “O que eu sinto pela Ponta do Leal é como se fosse eu cuidando de mim. Cuido da maneira que eu posso cuidar, porque aqui é uma cidade maravilhosa, aonde que tudo que a gente faz tem resultado. É uma coisa muito boa. […] A natureza nos ajuda bastante”.
