Três patrões comandam os trabalhos na parelha da Praia Brava: Nildo, Marcel e Moisés. O primeiro, Nildo Vilmar dos Santos, de 58 anos, começou a participar da pesca já com 10 anos de idade, como era comum para um menino filho e neto de pescadores. Seu avô era também proprietário de um dos engenhos de farinha da Praia Brava, os quais, na estimativa do pescador, totalizavam seis engenhos. “O progresso derrubou tudo, não ficou ninguém”, conta.
Relata que, em tempos antigos, a pesca na Praia Brava era constituída por diversas parelhas, devido à presença de pessoas de bairros próximos, como Ingleses e Cachoeira do Bom Jesus, que ali vinham para pescar. Com o tempo e a crescente dificuldade de manter as atividades da pesca artesanal, as parelhas de outros bairros foram desistindo da empreitada. Assim, hoje há apenas uma parelha no local.
Além de patrão, Nildo é dono das canoas da parelha, as quais herdou de seu pai. O pescador conta que as canoas são todas antigas, algumas centenárias. São todas de remo e feitas de madeiras como garapuvu, figueira e uma, rara de se encontrar, de araucária. “Trocaram as canoas de pau […] por canoa de fibra, pela manutenção, daí tem trator na praia pra puxá-la, pra manipular com menos gente, porque a grande questão é a mão de obra braçal, e aqui é 100% braço, propulsão a remo, né”.
Conta que, hoje em dia, a maioria dos pescadores têm uma renda paralela para poder manter a atividade da pesca artesanal, pegando férias de maio a junho para participar da pesca da tainha.
PREPARO PREFERIDO DA TAINHA
Assada na brasa, frita ou no feijão.
