Seu Laércio é nativo da Cachoeira do Bom Jesus. Tem 59 anos, dos quais 42 são dedicados à pesca, formalmente, com carteira de pescador. Desde criança, entretanto, já fazia parte dos acontecimentos na praia e levava peixes para casa. Como muitos pescadores manezinhos, já trabalhou na pesca industrial no Rio Grande do Sul, “mas só enriquece os grandes”, pondera.
Pai de quatro filhos, um homem e três mulheres, o pescador relata que nenhum deles têm interesse na pesca, pois a atividade hoje em dia não dá tanta seguridade econômica como emprego formal. Já Seu Laércio vive até hoje do mar, sendo atualmente dono da sua própria parelha de pesca artesanal, ali mesmo na praia onde se criou.
O patrão e seus camaradas constituem uma pequena parelha na praia do norte da ilha. Por vezes utilizam um caíco, uma pequena embarcação de um só remeiro, por trabalharem em poucas pessoas. Quando estão em mais pessoas, utilizam o bote Dom Moacir II ou a canoa de madeira de dois remeiros, Maria Vitória.
Na conta de seus maiores lanços, carregam o feito de um lanço de mais de 7 mil peixes. Para uma praia cujas águas estão voltadas para a baía, como é a Cachoeira do Bom Jesus, o ato é uma verdadeira façanha.