A Praia de Canasvieiras, no extremo norte da ilha, é uma das praias mais movimentadas no verão de Florianópolis, recebendo muitos turistas argentinos e uruguaios. Sua posição geográfica é voltada ao norte e localizada em uma área marítima de transição entre o mar aberto e a baía, o que faz com que suas águas sejam mais calmas e aquecidas. “É o paraíso”, afirma Rivelino, mais conhecido como Pico.
Nascido em 1970, o pescador que dá o nome à parelha do Pico desde criança já pescava com seu pai, que foi mais um dentre muitos pescadores ilhéus que iam para o Rio Grande do Sul trabalhar com a pesca. Sobre os tempos antigos, Pico relata que a Praia de Canasvieiras tinha peixes em maior quantidade e diversidade que hoje em dia. Lembra, saudoso, da paisagem ainda intocada de dunas e rios límpidos, onde se pegava de tudo um pouco: siri, camarão, tainhotas.
A tainha, entretanto, hoje em dia é encontrada em maior quantidade nas águas de Canasvieiras do que naquele tempo, considera o pescador. Nesse sentido, o maior lanço já realizado pela Parelha do Pico aconteceu em 2007, de 5 mil tainhas.
Recentemente, no ano de 2019, a Praia de Canasvieiras passou por uma moderna obra de engordamento da faixa de areia. Também chamada de “dragagem”, a obra foi realizada com a utilização de uma draga, um equipamento capaz de retirar areia do fundo do mar, para então transportá-la até a praia. Apesar de estudos serem realizados para minimização dos impactos da obra, Pico relata que a areia da Praia de Canasvieiras teve seu aspecto bastante alterado. Hoje, a areia que era do tipo fina e mais homogênea, é do tipo grossa, com presença de conchas. O pescador considera também que o parati, um tipo de peixe que costuma aparecer a partir de outubro, diminuiu em quantidade.
A Parelha do Pico pesca com uma centenária canoa de dois remeiros, chamada Maresia.
PREPARO PREFERIDO DA TAINHA
Assada na brasa.
