O grupo, localizado no Canal da Barra da Lagoa, realiza pesca artesanal de maior porte, sendo formada por barcos pesqueiros de capacidade de 15 a 30 toneladas. As embarcações, que com frequência passam vários dias no mar, saem carregadas de gelo, assim podem conservar os peixes recém capturados até atingirem a capacidade máxima. Descarregam os pescados em diferentes portos, como Itajaí, Torres ou mesmo de volta à Barra.
Um dos patrões é Seu Gilmar Pedro Martins, conhecido como Ma, que lidera a atividade de pesca de duas embarcações, os barcos Rei Artur e Conquistador III. Começou a pescar aos 12 anos de idade, e em sua ampla experiência ao longo de 52 anos de pesca já trabalhou em diversos locais, como Santos e Rio de Janeiro, assim como com diversos tipos de peixe.
Dentre tantas experiências, o que não faltam são histórias e aventuras. Conta sobre certa vez em que navegavam na região de Araranguá e um vento intenso começou a incidir. Os tripulantes, assustados, tentaram encontrar rotas de fuga da tempestade vindoura, mas do local onde estavam não havia para onde correr em tempo hábil. Decidiram, portanto, ancorar a embarcação. Junto ao vento chegou a chuva, uma chuva fina com um espesso nevoeiro, ao ponto em que nada se via ao redor.
Felizmente, o tempo instável passou e a embarcação saiu ilesa da tempestade. Mais tarde, porém, chegou a notícia de que a praia onde eles haviam ancorado foi invadida por um tsunami meteorológico durante a tempestade. Por certo, a onda em formação passou por baixo da embarcação e não foi sentida por estarem em alto mar.
Também do Canal da Barra da Lagoa, o barco Pai e Filho, dos pescadores David e Daniel Vieira, naufragou em 2023, tendo virado notícia nas mídias jornalísticas locais. Era um dia de intenso vento nordeste e os pescadores já estavam a caminho da Barra da Lagoa. O barco estava carregado de peixe, no limite de sua capacidade de carga. O problema ocorreu quando a bomba, que retira água de dentro do barco, parou de funcionar. “Quando a gente percebeu, já tava tarde”, conta David. O barco naufragou, mas, por sorte, um dos homens conseguiu enviar uma mensagem a seu filho, pedindo socorro. David relata que os pescadores ficaram cerca de 40 minutos na água, segurando o celular para fora da água.
Entretanto, pode-se dizer que a tripulação teve muita sorte. Além de terem conseguido sinal de telefone para pedir socorro, todos os homens que estavam na embarcação ficaram bem. O pescado foi inteiramente recuperado, pois estava entranhado dentro da rede de malha. A embarcação também foi posteriormente encontrada na praia, com diversos danos em sua estrutura, mas, com a ajuda de muitas mãos, foi também recuperada.
PREPARO PREFERIDO DA TAINHA
Tainha com escama na brasa.
